quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Dicionário da política


Político = pessoa que faz política.

Político honesto = no Brasil, representa figura folclórica, cuja origem e real existência permanecem desconhecidas. Pode ter existido no século XIX, mas não existem muitos indícios científicos. Estudiosos acreditam que poderiam ser encontrados exemplares em covas rasas ou em águas profundas oceânicas. 

Político corrupto = diz-se do indivíduo político que tem inclinações maquiavélicas e dissimuladas e que arbitra em favorecimento próprio. É o tipo mais encontrado em terras brasileiras. Também chamado de "filho da puta" (apesar da negativa de parentesco por parte das meretrizes). 

Presidenta = variação não-estilística de termo usado para designar quem preside. Alcunha proferida à representante-mor de corja de farsantes travestidos de salvação da república; do mesmo gênero dos políticos corruptos, praticamente irmã deles, tendo também a fama de ser descendente da mesma "mãe" previamente citada (apesar da negativa de parentesco por parte das meretrizes).

Partido político = conglomerado de indivíduos que arbitram em favorecimento próprio e/ou de seus pares; também chamado de bando ou quadrilha; creche anexa ao puteiro onde se reúnem os filhos das rameiras que ali laboram (elas ainda negam, devo dizer).

Filiação político-partidária = condição registrada em cartório mediante apresentação de ficha criminal (encadernada, para facilitar a consulta do certame) e das certidões positivas, passando o indivíduo a ser tratado como comparsa, digo, aliado político. 

Boi de piranha = refere-se ao elemento individual do rebanho que é utilizado como despiste, sendo sacrificado enquanto os outros se safam; membro de quadrilha de meliantes que geralmente não tem imunidade parlamentar ou apadrinhamentos ou parentesco direto com a "puta" (apenas frequenta a casa desta e às vezes até usufrui de seus serviços).

Manobra política = mesmo que embuste, maracutaia ou embargo refringente. Moralmente inaceitável, mas legalmente aceito. Produto de exportação brasileira.

Justiça brasileira= expressão figurada; expressa um ideal surrealístico ou inalcançável. Sinônimo de piada. Mesmo que chiste, pilhéria, facécia ou anedota.

Palácio da justiça = antiga residência da justiça, que foi despejada após desapropriação do imóvel pelo governo. 

Congresso Nacional = instituição repleta de bandidos, sem grades, onde a polícia trabalha no sentido de impedir a entrada dos honestos e a justiça trabalha no sentido de impedir a saída dos bandidos.

Cadeia = instituição repleta de bandidos, com grades, onde a polícia trabalha no sentido de impedir a saída dos bandidos e a justiça trabalha no sentido de impedir a entrada dos honestos.

Cadeia brasileira = estabelecimento elitista, que não permite a entrada de qualquer cidadão (por exemplo, geralmente não aceita políticos corruptos).

Asilo político = onde ficam as velhas putas, abandonadas pelos seus filhos, que mesmo não reconhecidos tomaram delas tudo que tinham. 

Direito de ampla defesa = mecanismo com impacto desacelerador em processos jurídicos.

Condenado em primeira instância = diz-se do inocente que aguarda julgamento em segunda instância.

Condenado em segunda instância = diz-se do inocente que aguarda julgamento em terceira instância.

Condenado em terceira instância = diz-se do inocente que aguarda julgamento em quarta instância.

* fórmula básica para quem ainda não entendeu: condenado em (X) instância = inocente que aguarda julgamento em (X + 1) instância.

Condenado em última instância = diz-se do indivíduo desprovido de posses e/ou de favorecimento político e/ou de bons advogados, que passa a ser tratado como culpado. Geralmente se trata de indivíduo envelhecido ao longo do processo recursal, que pode estar já falecido no momento da condenação ou morando em algum país sem acordo de extradição. Este tipo de indivíduo, se efetivamente vai para a cadeia, mesmo com todas as chances oferecidas para que escape do país, é tratado como culpado, por ter sido extremamente "inocente" ou ingênuo ou bobinho.

Eleitor = trouxa, otário, massa de manobra; pessoa ingênua que é obrigada a votar de 2 em 2 anos. Geralmente acha que está levando doces pra vovozinha, mas na verdade está elegendo mais um lobo mau.

O chinelo da minhoca
Charge = cartunista DUKE (dukechargista.com.br)

AS ROUPAS DAS MULHERES

Roupa = adorno utilizado pelos homens para esconder as partes íntimas e também como proteção, e utilizado pelas mulheres como símbolo de status, sendo que sua quantidade varia dependendo da área de atuação.

Exemplos

1. No meio culto não-televisivo (também conhecido como “classe média-alta para cima, que não atua em programas de televisão/bandas de música pobrelar, digo, popular, e que não tem a bunda, digo, a cara estampada em revistas sérias e que não tem a cara, digo, a bunda estampada em revistas não-sérias”)
- A mulher com status é a que usa mais roupas (quanto mais acessórios, melhor – terninhos, botas, scarpins, echarpes, combinações, casacos, lenços, tiaras, jóias, pele de urso, de zebra, de panda, do marido, e o diabo a quatro).
- O homem usa qualquer coisa que a mulher comprar pra ele e nem sabe o que é status.

2. No meio não-culto e não-televisivo (também conhecido como “classe média-baixa para baixo, que também não atua naquelas baboseiras citadas acima mas que gosta de se vestir seguindo o figurino do núcleo pobre da novela das oito”)
- A mulher com mais status é a que consegue usar menos roupas mesmo em ambientes onde se deve vestir mais roupas – usar decotão até o umbigo combinando com minissaia coladinha quando vai consultar no posto de saúde – tentar entrar no julgamento do namorado usando short jeans atochadinho e sandália rasteirinha – usar biquini duas numerações abaixo da sua para valorizar os atributos ao sair por aí sem capacete na garupa de um motoqueiro embriagado, com a intenção de fazer amizade com alguns policiais gatinhos.
- O homem usa qualquer coisa que a mulher mandar ele vestir e nem quer saber o que é status.

3. No meio não-culto televisivo (também conhecido como “tevê chulé” ou “programação da tevê aberta durante 98% do dia” ou simplesmente “aquela m... de canal que é o único que essa p... de antena consegue captar”)
- A roupa não passa de um mero detalhe que só serve para tapar o talento intelectual e artístico das mulheres (ou seja, menos roupa é igual a mais status). Mulher que usa muita roupa tem pouco prestígio e é considerada “sapatão” ou “mocréia” ou “amarradinha” ou “intelectual” ou simplesmente “gorda”.
- O homem usa qualquer coisa que os assessores determinarem, e tem raiva de quem sabe o que é status.

O chinelo da minhoca

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Charges: medicina cubana no Brasil




Charges: A de cima foi retirada do blog rolhasuave.wordpress.com; As duas do meio são do cartunista Alpino (Yahoo Brasil); A última é do cartunista Pelicano, retirada do site www.pelicanocartum.net

Cuanto mas médicos, mejor




- Ô, seu dotô, minhas cacunda tão rachando de dor!
- Engula-te dós aspirinas, cante lo hino de Cuba, e vote en la compañera Dilma. El próximo!
- Ai, dotô cubano, minha cabeça dói, minha pressão tá hipertensa, meu figo tá inchado. Quê que eu faço?
- Faça muchas camiñadas e siga esse regime. 
- Ficô maluco, dotô? Que negócio é esse de comer em um dia e jejuar em dois? 
- És lo regime socialista, mujer! Segue-lo ou muera!!! Próximo!
- Bom dia, seu dotô. Vim fazê um checápis.
- Cuantos cômodos em su casa? 
- Lá em casa são 2 quartos. 
- Cuantos moradores em su casa?
- Só eu e a patroa.
- Entao jo voy a colocar algunos compañeros em su casa, ja que usted esta com mucho espaço. Pegue la cartilla de los exames de check-up e la lista de nombres de sus nuevos compañeros. Próximo!
- Dotô, to cum uma bosta rala danada, uma piriri gangorra que só vendo, é um tal de escorrê as perna afora. E já me falaram pra cumê caroço de jabuticaba mas aí fico toda seca, e fica tudo parecendo cocozinho de bode, durinho igual pão véio.
- Bata en el liquidificador los caroços juntamiente com diez amexas. Hay que endurecer el cocô, pero sin perder la ternura. E no use el papel hijienico, tienes que acostumbrarse com la falta de papel para quando la cumpañera decretar las nuevas acciones socialistas de lo govierno. 
- Dotô, trouxe uma broa de fubá pro sinhô. O sinhô gosta?
- Jo no sei. Tiengo que perguntar a mi superiores (ligando para cuba) - Ramón! Es interesse de lo regime que gañemos broa de fubá? Ahan... Si... No... Quizaz... Si, señor! Viva Fidel! Adios. (voltando-se para a paciente) - Jo agradeço a tu. La broa estará siendo encamiñada para mi govierno, que comerá lá maior parte e enviará el resto de las migallas a mi familla. El próximo...

O chinelo da minhoca
Autoria da charge = Jorge Braga, site www.chargeonline.com.br
*Como estou escrevendo em espanhol? Ligue para 0800-epeçapradilmaimportarprofessoresdeespanhol

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Cadeia X Congresso Nacional


Cadeia

Instituição repleta de bandidos, com grades, onde 
a polícia é usada para impedir a saída dos 
bandidos e a justiça é usada para 
impedir a entrada dos honestos.





Congresso Nacional

Instituição repleta de bandidos, sem grades, onde 
a polícia é usada para impedir a entrada dos 
honestos e a justiça é usada para 
impedir a saída dos bandidos.



O chinelo da minhoca
Fotos da internet

sábado, 14 de setembro de 2013

PRECISA-SE...



PRECISA-SE DE MÉDICOS CUBANOS

SALÁRIO = 11.000,00 BRUTO (900,00 LÍQUIDO)
FUNÇÃO = RESOLVER O PROBLEMA DA SAÚDE DO PAÍS
PRÉ-REQUISITOS = I E II GRAUS COMPLETOS + DIPLOMA MÉDICO, DIGO, COMPROVANTE DE TER CURSADO MEDICINA, DIGO, GARANTIA DO GOVERNO CUBANO (OU DE ALGUM PARTIDO DE TRABALHADORES) QUE VOCÊ REALMENTE CURSOU FACULDADE DE MEDICINA, DIGO, BASTA TER AMOR AO PRÓXIMO E DESAPEGO PELAS COISAS MATERIAIS

 FOTOS DOS LOCAIS DE TRABALHO 





INSTALAÇÕES INTERNAS





MATERIAL DISPONÍVEL NAS UNIDADES

CIRURGIA BÁSICA

CIRURGIA AVANÇADA

MEDICAMENTOS




MATERIAL DIDÁTICO DISPONÍVEL NOS CONSULTÓRIOS

CARTILHA BÁSICA DE ATENDIMENTO 

FÓRMULA BÁSICA PARA CALCULAR DOSE DE INSULINA



VANTAGENS DO PROGRAMA 

NÃO PRECISA SABER PORTUGUÊS

NÃO PRECISA SABER MEDICINA

NÃO PRECISA SE PREOCUPAR COM AQUELES CHATOS DO CRM FALANDO O QUE VOCÊ PODE OU NÃO PODE FAZER

SE FIZER ALGO ERRADO O GOVERNO DÁ UM JEITO DE JUSTIFICAR

SE FIZER ALGO MUITO ERRADO O GOVERNO DÁ UM JEITO DE ABAFAR O CASO

SE MATAR ALGUÉM, O GOVERNO PUXA A SUA ORELHA, REDUZ A SUA RAÇÃO DIÁRIA DE FARINHA E TE MANDA DE VOLTA PRA CUBA NA SEGUNDA CLASSE



VENHA FAZER PARTE DESTE TIME CAMPEÃO!!!!!


*OBS: PODE SER EXIGIDA OBEDIÊNCIA TOTAL, ACEITAÇÃO DE CONDIÇÕES INSALUBRES DE TRABALHO, PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA EM CAMPANHAS POLÍTICAS PRÓ-GOVERNO, VOTO DE SILÊNCIO EM RELAÇÃO ÀS CONDIÇÕES CONTRATUAIS, ALGUNS MEMBROS DA SUA FAMÍLIA PODERÃO SER OU NÃO USADOS COMO REFÉNS OU MOEDA DE TROCA.



O chinelo da minhoca
fotos = internet


terça-feira, 6 de agosto de 2013

FUTEBOL, SOGRA, E OUTRAS POLÊMICAS


- Bom dia a todos. Convoquei essa entrevista coletiva para esclarecer algumas coisas que estão acontecendo na minha vida. Quero dar fim a alguns boatos a meu respeito e informar a todos os que acompanham a minha trajetória que a partir de amanhã estarei de mudança. Não dá mais pra continuar aqui. Acho até que demorei demais a tomar esta decisão e minha imagem acabou ficando desgastada. Alguma pergunta? Você aí atrás, de boné.
- Juninho, seu filho de 7 anos.
- Prossiga, Juninho.
- O senhor tá indo pra onde?
- Boa pergunta. Vou pra casa da Lurdinha, aquela minha colega de trabalho. Você, de jaqueta rosa.
- Vanessa, sua cunhada. Muito se especulou a respeito dos motivos da sua transferência pra casa da sirigaita. Dizem que você estaria fugindo da responsabilidade de criar dois filhos e de ter que morar com a sogra. Você confirma essa informação.
- Quero aproveitar essa pergunta para deixar bem claro que um dos principais motivos foi a maneira que estavam me tratando aqui. Eu estava sendo obrigado a atuar fora da minha função, o que me impedia de mostrar todo o meu potencial. Todos sabem que eu sou engenheiro formado, mas ninguém nunca me incentivou a explorar esse ramo. Então eu acabei dirigindo táxi, administrando padaria, investindo em lotes vagos, sempre me esforçando para corresponder aos anseios da massa, mas infelizmente nada deu certo. Então achei que era o momento propício de buscar um local onde eu fosse melhor aproveitado. E o pai da Lurdinha tem uma empresa de engenharia, o que me motivou ainda mais a vestir a camisa daquela agremiação. Alguém mais? Você, segurando o rolo de massa.
- Dolores, sua esposa. Eu tenho uma informação privilegiada a respeito do seu desempenho na cama, que sempre foi sofrível, além de ligações de amigas que me alertaram para o fato de você andar por aí com o Carlão, aprontando todas, no horário em que deveria estar na pelada da quarta-feira.
- Essa eu vou deixar o Carlão responder.
- Pois é, como amigo antigo do Alexandre, além de conselheiro e principal incentivador da sua transferência pra casa da Lurdinha, devo dizer que isso é tudo mentira. Ligações de amigas, fotos no instagram, vídeos no youtube, confissões assinadas, impressões digitais, testemunhas idôneas e outros flagrantes não tem peso nenhum quando relacionadas com o que ele está fazendo no seu período de folga. Enquanto ele estiver rendendo satisfatoriamente no trabalho, não podemos condená-lo.
- Jaqueline, sua filha de 16 anos. E por acaso a sua vida vai ser melhor na casa da Lurdinha?
- Ótima pergunta. Eu acho que minha carreira vai dar um salto, já que terei mais liberdade para atuar na minha função de origem e menos cobranças. Aqui é tudo cobrança. Tô cansado de ficar pagando contas. E quero deixar claro que o meu passe agora está muito mais valorizado. Nos últimos anos aprendi a lavar roupa na máquina e fazer batata frita sem espirrar óleo na cozinha toda, o que me qualifica como um dos poucos maridos disponíveis no mercado com essas qualidades. Além disso, chuto o gato pra fora da cozinha com as duas pernas e sou faixa amarela de judô, o que ajuda na defesa do lar. Última pergunta, você aí, de camisa listrada.
- Terezinha, sua sogra. Vem cá que eu vou te encher de pancada, seu safado!
- Como o nível está baixando e a torcida adversária já está invadindo, vou me retirar da entrevista. Obrigado a todos e até a próxima. Meu amigo Carlão vai ficar pra distrair os descontentes enquanto eu saio pela porta dos fundos. Muito obrigado e até mais. 

O chinelo da minhoca
Desenho = no site www.futebolsemfirulas.net

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Campeão da Copa Libertadores 2013


Nós somos do Clube Atlético Mineiro
Nosso time tem mais de cem anos, mas seu coração bate forte. E o sangue alvinegro que corre em suas artérias é o mesmo que flui em turbilhão no peito do atleticano, que já dispensou o check-up anual do cardiologista. Alguém que sobrevive a três decisões definidas na marca do pênalti em um único campeonato não precisa de tratamento. Precisa é ser preso e estudado, pois dele pode ser extraída alguma vacina contra o infarto.
Jogamos com muita raça e amor
Jogamos com câimbras, com tornozelos torcidos, canelas inchadas, dedos quebrados, ombros luxados, testas cortadas, músculos distendidos, diarreia, infecções de pele, caspa e frieira. Jogamos por amor a uma vestimenta imortal, que carrega o começo da palavra CAMpeão, ou o final da frase “yes, we CAM” (e que Obama não se ofenda com o nosso neologismo). Jogamos por amor incondicional, e não por simpatia.
Vibramos com alegria nas vitórias
Alegria que parecia não ter sido feita para nós. Alegria que nem sabíamos se seríamos capazes de expressar, já que só a conhecíamos na teoria, em sonhos, simulações, projeções, apostas, brincadeiras, piadas, fotos em preto e branco, ou simplesmente na lembrança nostálgica de quem viveu a glória dos anos de mil novecentos e sorvete Kibom na lata de alumínio. Alegria que irrompeu na madrugada, após o som de uma bola batida no travessão. 
Clube Atlético Mineiro. Galo forte vingador
Um clube sofrido. Um clube que diversas vezes teve os sonhos usurpados pelo azar, pela incompetência, ou pela simples e dura roubalheira descarada. Um clube que desta vez se recusou a sair do Horto para morrer na praia. Um clube alcunhado de “cavalo paraguaio” por morsas paulistas, mas que se recusou a perder o derby do Mineirão, mostrando que de paraguaio este time já não tem mais nada.  Mais forte que o Strongest. Com mais poder de fogo que qualquer Arsenal. Mais iluminado que qualquer santo. Assim foi o início da caminhada. E a cada passo, o passado era esquecido. A tristeza ia desaparecendo. Injustiças, azar, juízes com inclinações cleptomaníacas? Pois é chegada a hora da desforra. Bem aventurados os que seguraram o grito por tantos anos, pois o ano de dois mil e galo chegou. O calendário maia acabou em 2012, e o do galo começou em 2013, trazendo consigo o espírito vingador a muito adormecido.
Vencer, vencer, vencer. Este é o nosso ideal
Vencendo tudo e todos. Desta vez vencendo os adversários, os árbitros, os comentaristas, os invejosos, os recalcados, as estatísticas, as tradições e a desconfiança. Uma primeira fase mágica, repleta de exibições ilusionísticas do nosso bruxo, que olha para um lado, chuta para o outro, salta para a comemoração e reverencia a torcida enlouquecida (tudo isso sem derramar uma gota de rum). O mesmo bruxo que se aproveitou da senilidade daquele goleiro, utilizando a água do santo para abençoar o primeiro gol do artilheiro da competição. E no ritmo deste mago nós ensinamos futebol na nossa casa e na casa dos adversários. Vencemos cinco jogos e perdemos um treino. A melhor campanha foi nossa.
Honramos o nome de Minas no cenário esportivo mundial
Voltamos a bicar com força, com raça, honrando nosso estado, nosso nome sendo repetido por vários idiomas diferentes. Nossos jogadores sendo disputados no tapa por clubes estrangeiros. A seleção brasileira também não resistiu e se encantou com o nosso zagueiro capitão, nosso bambino com alegria nas pernas e nosso artilheiro miojo, que só precisava de três minutos para matar a fome de gol dos torcedores. Até o Papa abençoou nosso manto sagrado, proferindo a frase “In nomine Patris et fillii et Spiritus Sancti", que em latim significa “Vai pra cima deles, Galo!”
Lutar, lutar, lutar pelos gramados do mundo pra vencer
Seja no Brasil, na Argentina, no Paraguai, na Bolívia ou no México (país norte-americano situado no centro das Américas e filiado à Confederação Sulamericana de Futebol). Pode ser até em gramado sintético. Pode ser no nosso gramado ou no do vizinho. O importante é vencer. E passamos a disputar as fases seguintes. Passado o treino, partimos para o próximo jogo de verdade e bradamos: “Aqui é galo! É galo! É galo!”
Clube Atlético Mineiro. Uma vez até morrer
E quase morremos. Na fase seguinte nosso coração foi testado quando apitaram um pênalti no último lance do jogo e o atacante adversário decidiu canonizar nosso goleiro, que emendou uma canhota no azar e virou herói, santo, mito. Radialistas perderam a voz. Invejosos perderam a piada. O torcedor perdeu a vergonha de acreditar no inacreditável. Novamente o inimigo pisou no Horto e caiu morto.
Nós somos campeões do gelo
Então por que não ser campeões da América? Com a mística mortífera do nosso campo insistindo em se repetir durante tantas batalhas, ousamos em confiar nela mais uma vez, e nos demos ao luxo de dar dois gols de vantagem para os velhos garotos portenhos.
O nosso time é imortal
Mas naquele momento, iluminado pela penumbra daqueles holofotes defeituosos, parecia o mais mortal dos mortais. Agonizava e morria em meio às lágrimas de seus fiéis seguidores. E foi no acender das luzes que, tal qual a fênix, ressurgiu das cinzas. Gol chorado no finalzinho, saindo dos pés de um jogador criticado por muitos, mas que sonhava com a oportunidade de se redimir. Nosso santo mais uma vez foi mais forte. E escolheu o canto certo novamente. Estamos na final. Eu acreditei no sucesso.
Nós somos Campeões dos Campeões. Somos o orgulho do esporte nacional
O país conta conosco, seu único representante. E embarcamos para o estrangeiro, confiantes em construir um bom resultado que nos desse uma vantagem tranquila para o jogo da volta. Doce ilusão. Vitória e tranquilidade são duas palavras tão próximas no dicionário e tão distantes na história do Galo... Mais uma vez demos dois gols de vantagem. O que fazer agora?
Lutar, Lutar, Lutar. Com toda nossa raça pra vencer
Exatamente. Não nos restava mais nada. Agora era ganhar ou morrer tentando. Mesmo que no gramado do vizinho. Eu acredito. Mesmo que em desvantagem de dois gols. O sofrimento parece nos fortalecer. O momento parece propício. O problema é que o preço do ingresso é um absurdo e quinta-feira acordo cedo pra trabalhar... Mas quer saber? Paguei pra ver. Literalmente. Mais pobres em dinheiro e mais ricos em confiança, cercamos a lagoa. E a cada chopp a vitória parecia mais certa. O pequeno fragmento de sabonete de sal grosso, higienizador de chacras fredmelianos, seria suficiente para lavar a alma amargurada do atleticano? Os versos de Drummond estariam presentes para nos inspirar? Parecia que não, pelo menos até o início do segundo tempo. Nuvens de tempestade se formaram no céu e olharam feio para uma camisa preta e branca pendurada no varal. Porém, ao perceber milhares de atleticanos naquelas arquibancadas, e outros milhões pelo Brasil e pelo mundo, o vento se acovardou e foi soprar no varal alheio, onde a camisa também era preta e branca, mas com torcida bem menos volumosa. E foi a rajada de vento que fez o adversário furar e permitir o primeiro gol. E também foi ela que tirou o equilíbrio do atacante que driblou todos, mas não driblou aquele tufo de grama solto. E o vento amigo finalizou a contenda soprando uma bola que foi morrer de mansinho quase no pé da trave, mas dentro do gol. E agora, com trinta minutos restando e um jogador sobrando, eu acreditei que seria fácil para o time da virada. Sonhei com dois gols na prorrogação e a torcida gritando “olé”, “está chegando a hora” e o tão esperado “é campeão”, tudo isso antes do juiz apitar o final da partida. Mas, como já disse antes, vitória e tranquilidade para o Galo? Ao mesmo tempo? Jamais. Por mais que nós não acreditássemos, a pendenga foi para os pênaltis. Eu não acredito! – pensei. Mais uma sessão de angina coletiva. Secadores ligados em 220 volts. Nosso treinador já não tinha mais unhas para roer. E ainda assim acreditamos. Nosso santo decidiu fazer o milagre na primeira cobrança, só para variar um pouco. E nossos batedores acertaram um atrás do outro, até que o outro time decidiu acabar de uma vez com todo aquele nosso sofrimento. Bola no travessão. Conquistamos a América! E o palco ficou pequeno para tanta festa. Bica, bicudo! E felizes, cantamos pela noite o hino que já foi considerado o mais belo de todos os hinos do futebol...
“Clube Atlético Mineiro. Uma vez até morrer”


O chinelo da minhoca
Foto: internet



quinta-feira, 11 de julho de 2013

KEEP CALM AND...

Esqueceu o sabre de luz na Millenium Falcon?



Esqueceu de tomar a boca de fumo?



               Esqueceu onde colocou sua bola quadrada?




 Perdeu o show do Paul?




 Cansado de trabalhar?




 Fez algo errado?




 O posto de saúde está lotado? O banco está lotado? O restaurante está lotado?





O chinelo da minhoca
Pôsteres Keep Calm = internet

terça-feira, 2 de julho de 2013

Em se discursando, tudo dá...



Vocês querem políticos melhores?

Vamos fazer um referendo para ver se fazemos um plebiscito para ver se realmente queremos melhorar a política.

Vocês querem educação?

Nós vamos estar fazendo um referendo para estar vendo se podemos estar fazendo um plebiscito para estar mudando as regras do português para a gente podermos estar melhorando a educação.


Vocês querem saúde?

Vamos importar todos os médicos que existem em Cuba e exportar os nossos para a China e, depois que eu tiver feito meu check-up no Albert Einstein, vamos fazer um referendo para ver se fazemos um plebiscito para ver se realmente queremos melhorar a saúde.

Vocês querem segurança?

Vamos importar os seguranças da Madonna e depois fazer um referendo para ver se fazemos um plebiscito para ver se realmente queremos melhorar a segurança.

Vocês querem mudanças no código penal?

Vamos entrar com um pedido na primeira instância e esperar o mérito ser julgado no Supremo, para depois fazer um referendo para ver se fazemos um plebiscito para ver se realmente queremos melhorar o código penal

Vocês querem que os corruptos do mensalão sejam presos?


Olha, acho que é chegada a hora do Brasil manter o foco. Vamos nos concentrar nos referendos e plebiscitos e depois nos preocupamos com essas outras coisinhas de menor impacto sócio-político-econômico.





O chinelo da minhoca
Fotos: internet

O Brasil nas ruas













Fotos retiradas da internet

terça-feira, 4 de junho de 2013

Brasil, o país da novela


- Benhê, tô saindo.
- Tá indo onde?
- Assistir à novela com as meninas.
- E precisa sair pra ver a novela? Assiste aqui.
- A gente combinou de ver no boteco da Laurinha. Lá tem HD.
- Beleza. Beijo.
- Beijo.
...
- Alô.
- Benhê, me pega aqui no boteco.
- O quê aconteceu com o carro?
- Nada. É que eu bebi um pouquinho, a Lei Seca tá parando todo mundo...
- Mas se você sabe disso por que foi beber?
- É que a Cileide da novela deu uma surra histórica na Marina. Foi sensacional! Aí nós tivemos que comemorar. E você sabe que não dá pra comemorar sem beber uma cervejinha.
- Tá bom, vou pegar um táxi e já chego aí.
- Brigada, fofucho! Te amo.
...
- Carlinha, você assistiu? Onde? Eu também! Você sentou onde? Ah, eu tava do outro lado do boteco, embaixo da escada do banheiro. Mas também, tava lotado demais! E você conseguiu entrar antes de começar?
- Marlene, telefone é pra dar recado!
- Ih, amor, relaxa! Eu tenho infinity... E a cara da Marina quando ela tomou aquele tapa? Você viu? Eu tava gravando com o celular na hora agá! Peguei a briga toda! Toda! Depois te passo por e-mail ou então posto no face. Hein? Tão comentando? Qual rádio? Vou ligar aqui. Tá bom. Tchau.
- Ei, eu to escutando, pô!
- Você tem essa no ipod. Deixa eu escutar o comentário.
- Credo...
...
- Abre logo a porta. Vou perder os melhores momentos!
- Pronto! Vai lá ver aquela bobagem! Não sei pra quê esse fanatismo!
- Amor, pega um guaraná pra mim!
- Não. Minha cabeça tá doendo. Vou dormir!
- Não precisa me esperar. Vou assistir o compacto.
- Atende o telefone.
- Atende você. Tá reprisando a briga.
- Ai, alô. E aí, Beto? Tá sofrendo aí também? Pois é! A gente não devia ter falado pra elas arranjarem uma atividade que desse a elas o mesmo prazer que temos com o futebol...


O chinelo da minhoca
Autoria da charge: cartunista Lute