Férias de verão. Nessa época de calor não tem nada melhor do que passar uma temporada num resort de praia. E lá estava eu, curtindo um banho de mar com meus pais, meu amigo Gustavo e minha avó, que tinha acabado de comemorar seus oitenta anos. Eu e meu amigo resolvemos experimentar o mergulho no maior toboágua da América, que era conhecido como “o exterminador de corajosos”. Entramos na fila e, após alguns minutos, chegou a nossa vez. O Gustavo sentou na sua bóia e foi na frente. Esperei um pouco e desci também. Era fenomenal. O toboágua era uma espécie de canudinho contorcido gigante, cheio de curvas radicais e completamente escuro. Durante todo o percurso, eu fiquei me segurando firmemente nas duas alças laterais da bóia, temendo o que poderia me acontecer se me soltasse delas. Depois de muitas cambalhotas, “loopings”, curvas fechadas e descidas velozes, finalmente eu enxerguei a esperada luz no fim do túnel. Fui arremessado na piscina com tanta velocidade que demorei quase um minuto para perceber que estava debaixo d’água e precisando de oxigênio. Senti algo encostando em minha perna e vi que o Gustavo estava ainda submerso. Puxei-o para cima pelos cabelos e perguntei se ele estava bem. Depois de cuspir meio litro de água e de recuperar a sua perfusão cerebral, ele agitou a cabeça e balbuciou que estava ótimo, ou algo parecido. Nesse momento, minha mãe chegou e perguntou o que estávamos fazendo. Também questionou o fato do Gustavo estar roxo. Eu disse que nós estávamos curtindo as atrações do parque aquático e ela pediu que nós passássemos mais tempo com a minha avó, pois ela estava muito desanimada. Súbito, uma idéia marota me invadiu a cabeça. Olhei para o Gustavo e percebi que ele havia pensado na mesma coisa.