domingo, 29 de novembro de 2009

Uso de antitranspirantes e câncer de mama

Recebi uma mensagem por e-mail, suplicando que a informação ali contida fosse repassada para o maior número possível de mulheres, para alertá-las a respeito de uma informação aparentemente séria: "a principal causa de câncer de mama é o uso de anti-transpirantes".

Hoje em dia, graças ao bom Deus, várias pessoas já aprenderam que não se pode dar muita credibilidade (se é que se pode dar alguma) para as excrescências que circulam nas tubulações da internet. Porém ainda existem os pobres coitados que acreditam nessas mensagens. E é exatamente para essas pessoas inocentes que escrevo está crítica. Inicialmente, deixarei uma coisa bem clara: não existe nenhuma evidência científica séria que sugira que os desodorantes anti-transpirantes provoquem câncer de mama.
Tendo dito isto, vamos agora analisar as justificativas dadas pela criatura imbecil que inventou essa balela para justificar as suas baboseiras.

1. "O corpo humano tem apenas algumas áreas por onde pode eliminar as toxinas: atrás dos joelhos, atrás das orelhas, a área das virilhas e as axilas".
*Comentário = Rapaz, fiquei impressionado com os conhecimentos de anatomia e fisiologia do camarada. Ele acabou de afirmar que nós não eliminamos nenhuma toxina nas fezes ou na urina. Super legal. Agora não precisamos mais de sistemas de esgoto. Realmente podemos eliminar toxinas pelo suor, mas por algum motivo desconhecido as toxinas desse infeliz gostam de sair apenas de trás dos joelhos, orelhas, virilhas e axilas. Talvez saiam um pouquinho também pelo cotovelo esquerdo, pálpebras, esfíncter retal interno, músculo rombóide e unha do dedo médio da mão direita. Que toxinazinhas ardilosas, não é mesmo?

2. "Os anti-transpirantes evitam a transpiração; portanto, inibem o corpo de eliminar as toxinas através das axilas, acumulando-as nestes locais. E estas toxinas não desaparecem por artes mágicas".
*Comentário = As toxinas são tão poderosas e traiçoeiras que apenas serão eliminadas pela magia negra do grande alquimista Devreaux, que habita os vales floridos da Escandinávia. Sua poção preparada com misturas de lesmas silvestres e suco de graviola é o único antídoto para os espíritos do mal que neste momento habitam os sovacos outrora fedorentos que se atreveram a utilizar os famigerados desodorantes.

domingo, 22 de novembro de 2009

O filme mais aguardado dos últimos anos




Indicado ao Oscar de melhor canção original ("Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá") e ao Oscar de melhor maquiagem.


O filme mais caro de todos os tempos. Mais de 200.000 litros de tinta azul foram gastos durante as filmagens. Foram utilizados mais de 1000 figurantes vestidos de árvore na cena da floresta e mais de 2000 vestidos de Smurf na cena da canção-tema.

Sinopse: Pequenos seres de pele azul precisam encontrar as “smurf amoras mágicas” para salvar o Vovô Smurf, que foi capturado por um bruxo maluco e seus guerreiros mutantes. Tudo isso num clima de muita violência, mistério e sensualidade. Baseado em personagens de desenhos animados.

CENSURA: 18 ANOS
MOTIVO: SHARON STONE

Autoria: O Chinelo da Minhoca
Autoria do desenho:
O desenho acima foi tirado do blog http://diburros.blogspot.com/2008/05/smurfs-wars-full-story.html. Tem outros desenhos bem legais. O camarada é bem talentoso. Uma saga em quadrinhos estilo "300" do Frank Miller ia ser demais.

sábado, 21 de novembro de 2009

Galantaria verbosa ao lourejar do ipê


Onde andas tu, oh anjo de magistral formosura, que na inquietude de meu ímpeto evoca o mais ardente devaneio apaixonado? Estarás esculpida em pedra, tal qual a Vênus da renascença? Ou quem sabe imortalizada em vitrais das mais suntuosas catedrais? Seja onde for, lá estará também a castigada alma desse que vos escreve em prantos. Lágrimas hídricas, molhadas e de conteúdo líquido deixam neste momento a sua morada ducto-lacriméica para se juntar às suas irmãs em uma grande orgia fluida de quase infindáveis 1312ml do mais puro soro caseiro, que vai aos poucos se acumulando no fundo de um pequeno balde de sofrimento. Por que sois vós tão cruel a ponto de ignorar minha devoção por ti? Ainda não se cansou de ignorar meus apelos telepáticos que insistem em sussurrar aos vossos ouvidos as mais ternas palavras de amor? No meu amargo louvor platônico, me resigno em contemplar a sua imagem, e permaneço ali, às margens da loucura, na escuridão dos meus desejos, quase na rua da amargura, sentado na sarjeta, bem na esquininha do bar do seu Alfredo, gente boa, amigo do peito, que eu considero prá caramba. Mas, voltando ao assunto e, partindo do pressuposto que o principal é o mais importante, devendo ser levado em consideração desde o início, sem interpolações ou delongas adicionais, volto a clamar a ti, oh rosa do meu xaxim, estandarte de primor, maçaneta que me permite abrir a porta para a felicidade. Quem dera poder tocá-la, não de modo leviano, nem do modo como se tocam galinhas ou a campainha da porta, mas de maneira suave e respeitosa, tal qual o toque da seda sobre um castiçal lilás que fica no quarto da minha avó. Diante da perfeição de sua imagem, vago perambulante, zanzante, sem destino pelo universo dos substantivos abstratos, na busca de um modo de expressar em palavras toda a beleza que presencio estupefato e boquiaberto. E chego finalmente ao desfecho de uma conclusão que diz não haver maneira humana de transformar em som uma imagem tão rutilante e cheia de atributos divinos. Fico obnubilado só de me imaginar alçando vôo ao lado de garça tão majestosa, que de mim poderia tirar tudo. Tu poderias brincar comigo como se eu fosse um soldadinho de chumbo perneta em um grande forte apache dos comandos em ação, aguardando pela fatídica batalha final contra os malvados playmobil que destruíram impiedosamente o salão de beleza da Barbie skatista, que foi obrigada a se mudar para o aeroporto feito de peças coloridas de lego. Poderia me usar como se usa um saquinho de chá de camomila, me afogando em um terrível banho fervente para depois me sorver aos poucos, tomando cuidado para não queimar a língua. Oh! Como é grande minha devoção e maior ainda é meu pesar por ter-te tão perto em meu coração mas tão longe em distância. Por que foi se mudar logo para a zona sul? Tenho que pegar dois balaios lotados só para vislumbrar o terceiro passando direto pelo ponto, ignorando meu humilde sinal de indicador. Mas eu prometo a mim mesmo, oh, minha deusa, que um dia deixarei de lado esta minha sôfrega condição de chupador de manga e criador de jacupemba para me tornar um cavalheiro de respaldo e galanteio ímpar, dotado do mais encantador linguajar, embasado nos mais requisitados dicionários do vernáculo. Aí sim minha estrela simbolista deixará de ser solitária, como a que representa a capital na bandeira nacional. Ousarei escalar as mais íngremes montanhas e ermos desfiladeiros para então poder rastejar até seus pés, minha amada, torcendo para que tu não sejas portadora de bromidrose. Oferecerei nada menos que minha vida, para que faças de mim o que quiser, menos dar peteleco na orelha, que é muito sem graça e eu não gosto. Enfim, serei seu bibelô, dedicando minha existência a ser seu arauto, anunciando ao inverno da outrora solidão a chegada de seu primaveril resplendor.
Do seu poeta sonâmbulo...
Autoria: O Chinelo da Minhoca