Mal começou o ano e já nos deparamos com uma trajédia. Dezenas de pessoas foram vítimas de um deslizamento de terra no Estado do Rio. E não demorou muito para alguns jornalistas iniciarem o showzinho de horrores já habitual. A filmagem mostra claramente que uma pessoa está fortemente abalada. A informação é que esta pessoa perdeu 4, 5, talvez 6 membros da família de uma só vez. E me vem o repórter e pergunta coisas do tipo: "como você está se sentindo diante desta trajédia?" ou "você ainda tem esperança de encontrar sua filha com vida?". Pelo amor de Deus! Realmente, noção é uma coisa que todos nós pensamos ter. Mas tudo tem limite. Será que na faculdade de jornalismo eles ensinam a ter um pouquinho de tato? Ah, é mesmo. Esqueci que agora nem é preciso fazer faculdade para virar jornalista. E o quê dizer dos apresentadores? Diante de cenas chocantes da mais angustiante tristeza, ainda ficam pressionando os repórteres a perguntar abobrinhas. "Pergunta se ele já chorou muito", "Pergunta qual foi a última coisa que ela falou com ele antes da sua morte". E o pior é ver que alguns não tem a mínima noção de postura diante das notícias. Ficam sorrindo descaradamente enquanto leem no teleprompter que fulano perdeu 4 filhos e a esposa. Boris Casoy diria que "isto é uma vergonha". Infelizmente, nem ele pode falar muita coisa, já que deu uma gafe ridícula alguns dias atrás, mesmo sendo um dos jornalistas mais experiente e respeitado do país. E agora que a trajédia já aconteceu, aparecem centenas de especialistas para dizer o quanto a ocupação daquelas encostas era perigosa. Aqui no Brasil nós só aprendemos com nossos erros. E o maior erro de todos é cometer erros demais e aprender pouco com eles.
Autoria: O Chinelo da Minhoca
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